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TRABALHO SETOR DE SERVIÇOS É O RESPIRO NO PIOR AGOSTO JÁ REGISTRADO.
O setor foi responsável por mais da metade das vagas criadas, enquanto a agropecuária demitiu e a indústria desacelerou.
O Brasil gerou 147 mil empregos formais em agosto, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número representa uma queda de 38% em relação às 239 mil vagas criadas em agosto de 2024.
Segundo o economista Carlos Eduardo Oliveira Jr., presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (Sindecon), o setor de serviços foi determinante para suavizar a queda.
“O setor de serviços obteve um saldo positivo de 81 mil empregos, ou 55% do total. No acumulado do ano, já gerou 773,3 mil postos; isso equivale a 51% das vagas formais criadas nos primeiros oito meses de 2025”, explica Carlos.
Já o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, aponta a taxa de juros elevada e o “tarifaço” de Donald Trump como as causas da queda de novas contratações.
Diante disso, especialistas lembram que a expansão do emprego formal amplia a renda das famílias, estimulando o consumo em setores como comércio, lazer, alimentação e transporte.
“Como o setor de serviços, por exemplo, responde por cerca de 60% do PIB brasileiro, seu crescimento fortalece a economia, aumenta a formalização e gera mais receitas tributárias e previdenciárias. Em agosto, o salário médio de admissão chegou a R$ 2.375,94, superando a média nacional de R$ 2.295,01”, acrescenta Carlos.
Ele também ressalta os desafios futuros:
“A evolução do consumo das famílias é decisiva para segmentos sensíveis à renda disponível, como alimentação fora de casa, turismo e lazer. Além disso, restrições fiscais podem limitar a expansão em serviços ligados a gastos públicos, como saúde e educação.”
Segundo o Caged, depois dos serviços, os setores que mais contrataram foram: comércio (32,6 mil), indústria (19 mil) e construção (17 mil). O único grupo com saldo negativo foi a agropecuária, com 2,6 mil demissões.
Parcial do ano
De janeiro a agosto de 2025, foram criados 1,5 milhão de empregos formais, uma queda de 13,8% frente ao mesmo período de 2024 (1,74 milhão de vagas). Este foi o menor crescimento para os oito primeiros meses do ano desde 2023, quando foram abertas 1,39 milhão de vagas.
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